quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Faz-me rir!

Let Them Fly - Brian Oldham

"Just remember, when you should grab something, grab it; when you should let go, let go." 
—Taoist Proverb

Para quem trabalha com palavras é sempre um pouco frustrante perceber que você não tem poder nenhum sobre o que as pessoas vão entender. Cada um está no seu "quadrado" (desculpe pela expressão) e, no que se refere a certos assuntos, elas simplesmente reverberam uma série de pensamentos que já estão em suas cabeças; deixando que as nossas palavras caiam por lá apenas como vapor fino em uma noite escaldante. Você pode fazer a questão que quiser em falar, mas isso não significa de maneira nenhuma que será ouvida -- muito menos compreendida.

Tenho essa mania de acreditar que uma discussão não está terminada até que a outra parte saiba exatamente o que eu quero dizer. Até que todas as abobrinhas e minhocas entaladas na garganta sejam postas pra fora, apresentadas, destrinchadas e catalogadas. Ontem eu fiz um teste: deixar isso de lado pelo menos uma vez; por mais que tenha me custado umas 12 horas de ansiedade em escolher as palavras certas (ou melhor, suficientes), não falar demais, não tomar partido, não fazer acusações, não pedir reparações... Ser o mais objetiva, metódica e cirúrgica possível sem ser ríspida e... Eu não poderia ter ficado mais surpresa com o resultado.

Primeiro, porque depois de tanta ansiedade dessa parte, minha resposta poderia ter sido "Rosebud" e o resultado seria o mesmo -- então de que adiantou tanto estomago embrulhado? E depois por perceber que as pessoas podem se relacionar com você sem partilhar valores do mesmo universo (será que quando você diz que não quer fazer algo nem que te paguem fica implícito que você aceitaria fazer a mesma coisa de graça? Faz-me rir!).

Todo episódio me fez lembrar do meu reality show predileto (ACUMULADORES). Muitas daquelas pessoas tem pilhas e pilhas de tralha em casa, estão sendo prejudicadas em todos os aspectos por elas mas ainda se apegam a todo aquele lixo. Na maioria das vezes quando o psicólogo responsável tenta entender porque, um dos grandes motivos é que as pessoas pagaram bem caro por tudo aquilo que hoje atrapalha a vida delas -- e é difícil, eu entendo, assumir que você tem que recomeçar do zero jogando tanto "valor" fora. 

Mas para a série, para o episódio de ontem na minha vida, e para todo o resto, o resultado é o mesmo: lixo é lixo, não importa o quão caro você tenha pago por ele e o quanto você tenha perdido no processo. Mas a todo momento você pode fazer a decisão consciente de não guardá-lo, não carregá-lo com você e, dolorosamente o quanto for, começar do zero.

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