quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Começar, não olhar para trás...

Fonte: Pixabay
Por ter começado uma série de coisas, diversas vezes, e deixado que elas morressem lenta e gradativamente, eu tenho tentado ser mais comedida em "assumir compromissos". Um sinal de sabedoria? Talvez. Mas na maior parte dos dias, parece mesmo uma certa covardia, um enrolar até que todas as estrelas estejam alinhadas -- que obviamente, nunca chega.

Estou vivendo uma boa época. Na era "mãe", isso significa que minha filha ainda requer cuidados constantes, mas não é mais tão pequena que eu não consiga ter ambições em relação a própria rotina. Consegui voltar a trabalhar horas suficientes em home-office, consegui voltar a sonhar em ter rotinas em casa, pensar em fazer atividades regulares fora... Pessoas mais otimistas diriam que "começamos a entrar no ritmo". Então não é de surpreender que eu tenha medo de colocar qualquer coisa na roda da vida que venha a mexer com esse recém e frágil equilibrio...

O detalhe é: a vida é assim! Se você não investe em voluntariamente ampliar a sua zona de conforto, a dita cuja aparece com os delicados dois pés no seu bumbum (minha filha regularmente recomenda a não utilização do termo "bunda") e faz você andar. Existe uma breve janela de oportunidade entre você fazer algo ou fazerem algo por você... E sinto que estou olhando pra ela nesse momento.

Recentemente eu identifiquei algumas "iniciativas de vida" que já passaram da hora de serem assumidas -- estou reunindo informações, me preparando mentalmente mas... No fundo acho que estou só tentando escapar da sensação do "eu não quero me frustrar de novo" -- que eu diria, ser inevitável. Por mais que eu melhore com relação as coisas, ainda existe um perfeccionismo forte que aparece por aqui, pronto para dizer que, se eu planejar as coisas corretamente, sua execução não terá contratempos... Que eu não vou me ver fazendo besteira, tendo que rever objetivos e expectativas, e tendo uma execução impecável. Não podia ser mais irreal esperar isso...

A vida é bagunçada e complexa. As coisas dificilmente saem como a gente imagina, nem tudo o que a gente gostaria se mostra realmente necessário e a função "reajustar rota" talvez seja a coisa mais útil que a gente deveria aprender a desenvolver.

É uma luta mas talvez seja a única coisa que a gente possa realmente fazer; em relação a tudo aquilo que quer na vida; seja começar e não olhar para trás. Não porque a gente planeje fracassar, ou porque queira ser descuidado com as coisas mas, porque no final das contas, aquilo que a gente quer sempre esteja seguindo em frente... Reajustando rota, recomeçando (quantas vezes forem necessárias) e aceitando o (clichê) fato de que: "amanhã melhor do que hoje, hoje melhor do que ontem..."

Sim, esse é o trabalho.
E é o que tem pra hoje.