quinta-feira, 26 de maio de 2016

Os Incríveis Dias em que Fechei pra Balanço

De tempos em tempos eu tenho dessas... Fico muito brava com tudo, e decido dar um tempo. Aqui, mesmo estando com um calendário editorial azeitado -- coisa que não acontece há tempos, se é que um dia aconteceu -- tive que dar um  "ahhhhh chega!!!". Pausa pra pensar no esforço que todas as coisas da vida estão pedindo. Mas não vai durar pra sempre não: me dei apenas o mês de maio, pretendo voltar em 1º de Junho como se nada tivesse acontecido -- mas como se todas as coisas tivessem mudado.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Lidos de Abril e TBR de Maio

Em abril eu consegui sair do zero de leitura para alguma coisa -- consegui iniciar e finalizar o livro "No Coração da Vida" de Jetsunma Tenzin Palmo. Serviu para exorcizar várias sensações: a birra com o kindle unlimited (já que eu finalmente consegui ler algo que valeu o investimento) e tirar um "Argh" com a leitura que tinha ficado depois de "Um Copo de Cólera".

Costumeiramente eu tendo a torcer o nariz para quem fala que se um livro não estiver agradando, simplesmente largue mão e vá ler outra coisa. Torço o nariz, porque sei que algumas leituras demoram para engatar, são necessárias, valem a pena... E como tudo na vida, não é porque está começando a te irritar que você vai largar mão -- se a gente fizesse assim com tudo na vida, duvido conquistar algumas coisas muito importantes.

Mas é lógico que, para cada regra, existe pelo menos uma exceção -- e no futuro, eu vou sempre lembrar de "Um Copo de Cólera" quando eu falar disso.  Qual a minha birra com o dito cujo? Para começo de conversa, não é de hoje: ele foi uma leitura recomendada nas aulas de redação da faculdade. E não, eu não encrenquei com ele por ser recomendado -- li muitas coisas fantásticas nas recomendações de faculdade: Apanhador no Campo de Centeio, Antes que Anoiteça, Grande Gatsby... Mas com esse bendito copo, não deu. Para ser curta, grossa e bem específica: eu não gosto de autor que fica punhetando palavra. Todo mundo que gosta de ler e escrever, gosta de uma boa frase, um bom parágrafo, palavras que soam bem... Mas pra mim, tem que parecer "não intencional". Quando fica claro que a escolha de palavras de uma frase era mais importante do que o sentido que as palavras deveriam ter, ou que a história em si... Me irrita. E pra mim, "Um copo de cólera" parece gente vestida de gala no Natal, sentada no sofá assistindo Faustão. Muito esforço para sentido nenhum.

Eu tive essa impressão aos 24, e queria ver se ela se sustentava aos 35 -- infelizmente sim! E foi uma leitura (curta) tão sofrida, que acabou embolando toda a meta de leitura do ano. Não estava conseguindo pegar mais nada com gosto (estou há semanas na introdução de "A Letra Escarlate" e não engato). Tanto que agora eu já começo a dar certa razão para quem diz "abandone essa chatice". Talvez se eu tivesse desistido de vez desse livro, já teria lido bem mais até agora. O orgulho, inevitavelmente tem seu preço.

TBR de Maio (Foco em 3100 páginas... Sonha demais, inocente!)
  1. A Letra Escarlate. Nathaniel Hawthorne (336 páginas).
  2. A Festa de Babete. Karen Blixen (64 páginas).
  3. Madame Bovary. Gustave Flaubert (448 páginas).
  4. On the Road. Jack Kerouac (296 páginas).
  5. 1984. George Orwell (416 páginas).
  6. A Mesa da Ralé. Michael Ondaatje (288 páginas).
  7. A Autobiografia de Alice B. Toklas. Gertrude Stein (288 páginas).
  8. Crianças francesas dia a dia. Pamela Druckerman (128 páginas).
  9. O Poder dos Quietos. Susan Cain (324 páginas).
  10. Comer, Rezar, Amar. Elizabeth Gilbert (344 páginas).

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Organização para Caóticos e Desesperados


Organização cotidiana definitivamente não é o meu forte — sobreviver ao desespero e ao caos sim! Pelo que parece, tudo o que eu tenho de metódica quando o assunto é o desenho de alguma solução de ensino a distância desaparece quando o assunto é cuidar da casa, fazer comida, organizar afazeres diários, rotinas e situações cotidianas. Mesmo assim, eu estou viva… O marido está vivo… A filha está viva… E vamos todos seguindo em frente — mesmo que aos trancos e barrancos. Se você também está fazendo o máximo para não se afogar no mar de tarefas diárias, quer se organizar mas não entende como pode aprender qualquer coisa com essas pessoas que tem 02 móveis em casa, 05 peças de roupa, 03 empregadas mensalistas e ainda dizem que tudo está uma bagunça (ai, que dó!); então vem comigo que eu vou compartilhar as minhas “Dicas de organização para reles mortais que enfrentam o caos e o desespero”.

1. Não dá pra zerar o jogo.
Sei como é que é — está tudo um caos, sua casa, sua cabeça, suas coisas. Então você sonha com aquele faxinão mágico que vai zerar a fase e você vai começar tudo de novo, da maneira correta… Já acreditei nisso, já sonhei com isso. Mas liberte-se: não é possível. A menos que você possa tirar umas férias de 30 dias da sua vida como um todo para dar conta de tudo — e sejamos sinceras, quem quer tirar férias pra arrumar coisas? — isso não é viável. Pela minha experiências, mães e amigas com mania de arrumação (sim, eu estou falando com você Gleici) acharão que é falta de força de vontade… Talvez seja, mas… Dane-se! Temos outras prioridades na vida, e está ok. Apenas aceite isso, e pelo menos por hora, relaxe com um resultado um pouco aquém do que você gostaria. Consertar o avião com ele voando não é para amadores, nem é bolinho não.

2. 15 minutos podem não parecer nada, mas são muita coisa.
Ainda na linha da dica anterior — de que não é possível zerar o jogo — não subestime a diferença que 15 minutinhos podem fazer na sua vida. Para ser sincera, os meus 15 minutinhos são na verdade 25 — eu tento aplicar a técnica “Pomodoro” quando tudo está um caos. Por exemplo, se a louça está acumulada, ou se tem roupa por toda casa, brinquedos espalhados, o que for, eu escolho uma tarefa — e apenas uma — e me dedico 25 minutos a ela. Não há quase nada que não possa esperar 25 minutinhos, e com eles dedicados a uma tarefa específica, é um pouco difícil não começar ver alguma luz. Só um pouquinho menos de caos e bagunça dão um “up” na energia: você já consegue ter esperança, listar as coisas que precisam ser feitas, e se necessário, começar a aplicar a técnica as próximas tarefas.

3. “Não dá pra organizar tralha”.
Esse, na verdade, é um mantra que a Thaís Godinho do blog “Vida Organizada” vive repetindo — e embora eu tenha muita tralha, isso já se agarrou na minha alma e fez com que eu encarasse algumas coisas de forma diferente. Por exemplo: eu sempre estava querendo comprar um milhão de caixas e organizadores que dessem conta de colocar tudo que tem aqui em casa em ordem… Hoje, graças ao blog dela (e muito ao livro da Marie Kondo também), eu cheguei a conclusão que na maioria das vezes, se você precisa comprar alguma dessas soluções de armazenamento, a verdade é que você está armazenando muita coisa. E na maior parte das vezes, coisas inúteis. Pessoas com tendências acumuladoras como eu, aprendem algumas coisas muito tarde na vida (quando aprendem) por exemplo:
  • Que cada coisa precisa ter seu lugar — se não há lugar, não pode ter a coisa.
  • Que adquirir uma coisa é diferente de utilizar alguma coisa (ou ter necessidade dela). Sabe conjuntos de ioga que você compra por que quer começar a fazer ioga (mas ainda não começou)? Ou qualquer outra coisa que você “quer começar a fazer”, mas ainda não faz — e por via das dúvidas já comprou o material? Então, essas coisas…
  • Coisas que você “pode precisar um dia”, dificilmente serão mesmo necessárias (especialmente se forem manuais de aparelhos eletrônicos, guias de assistência técnica etc.).
Na dúvida, e se não tiver amor pela coisa: rua (lixo, doação, o que for).

Além disso, já percebi um fator comum entre quem vive nessa sensação de caos constante: ausências de hábitos e rotinas. Quando você não constrói um hábito especifico, uma rotina que faz determinadas coisas acontecerem, você está sempre muito mais dependente da força de vontade… E muito mais sujeito a “zikas” que não tem nada há ver com vírus. Não é uma questão de disciplina, de ser uma pessoa boa ou má, ou de ter ou não capacidade para organização — construir hábitos eficientes é a mágica na qual precisamos investir tempo. Hábitos saudáveis garantem que a gente faça as coisas sem precisar pensar muito, sem decidir, sem considerar, chorar, reclamar ou questionar muito. É o que a gente faz quando quer evitar dar tiros no próprio pé.

Se você conseguir respirar um pouco mais, pode aproveitar para conhecer algumas coisas: