quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Ninguém está a caminho...

Photo by Anthony Tran on Unsplash

O título dessa postagem também poderia ser "Somebody Save Me!!!" -- mas iria me fazer lembrar do super irritante tema de Smallville, então deixa quieto. Recentemente uma das minhas "ídolas" (rs), Mel Robbins, postou esse vídeo tapa na cara sobre a necessidade de nos tornarmos nossos próprios pais na vida adulta. Não estou dizendo ser como nossos país exatamente como eu me sinto quando um "Tá pensando que eu sou a dona da Eletropaulo?" sai da minha boca direto para os ouvidos da minha filha...

Aqui, como sempre, o buraco é um pouco mais embaixo -- ela fala sobre a questão de que nós nunca teremos vontade de fazer as coisas que precisam ser feitas. Não porque sejamos fracos, preguiçosos ou procrastinadores -- mas porque sempre vamos precisar de um empurrãozinho. A diferença é que durante a infância e adolescência esse "empurrãozinho" vinha de instâncias superiores. Depois de adulto, estamos por nossa conta e risco. Ou seja, quem consegue fazer mais não tem nenhum super poder especial -- apenas um "pai ou mãe interno" mais ativo e atuante.

E Mon Dieu, como eu preciso desse tapa na cara.. Estou pensando até em colocar o vídeo a seguir em um despertador em vídeo (deveria existir um) pra já acordar assistindo isso. Quem sabe assim eu paro de ficar esperando o príncipe salvador, em cima do cavalo branco, na forma de um curso, de um livro, de em amigo, de uma desculpa... Ninguém está a caminho, é melhor eu mesma começar a impor o ritmo.

The hard truth about making your dreams come true | Mel Robbins Live
https://youtu.be/JoQEY2sIMTg

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

No negócio de fazer Deus dar risada...

Photo by Ben White on Unsplash
Sobre porque uma decisão pesa mais do que uma tonelada de planejamentos.

Segundo o ditado: "O homem planeja e Deus ri". Minha vocação, portanto, deve ser o picadeiro -- porque eu adoro planejar, muito mais do que executar (e provavelmente é daí que vem boa parte das risadas de Deus). Como eu não sou uma pessoa muito "rápida" para as coisas cotidianas, só foi preciso 37 anos para que eu percebesse que o meu foco talvez estivesse na coisa errada... Afinal, por que tanto planejamento nem sempre dá certo? O que foi diferente nas vezes em que o planejamento funcionou e não foi um simples exercício de criação de metas e etapas?


A palavra correta é "INTENSÃO".

Não, eu não fiquei analfabeta de repente -- a palavra que eu quero usar é mesmo esse intensão com "s", conforme visto aqui. A intenção com "ç", que é a aquela que significa "um propósito, um plano, um desejo, uma ideia, uma aspiração" sempre está ali quando a gente planeja, por melhor ou pior que o plano seja. Mas a intensão com "s", que "se refere a um aumento de tensão, de força, de energia"... Bem, essa quase nunca nem sempre está.

Essa diferença de intensidade é o que distingue uma "intenção" de uma "decisão" -- se eu tenho uma intenção, faço um planejamento. Se o planejamento é frustrado, na maior parte das vezes, assumo que a intenção não podia mesmo ser alcançada... Afinal, como um planejamento tão bem feito poderia ter dado errado? Realmente não era pra ser! Por outro lado, quando eu tenho uma decisão, o planejamento se torna uma estruturação de possibilidades, mas ele não é senhor... Planejou e não deu certo? Plano B. Não deu certo de novo? Plano C... E assim vai, porque a decisão é inegociável e afinal de contas o alfabeto tem 26 letras. Retornamos à prancheta com a mesma disposição do Coiote em pegar o Papa-léguas.

Sorvetes, testas e sua mútua atração

Fazendo uma retrospectiva de vida, alguns sorvetes acertam em cheio a testa! Quantas vezes eu abracei um "planejamento" ao invés de abraçar uma "decisão" e acabei frustrada com o resultado? Diversas vezes... É o que eu hoje chamo de "subir na esteira dos Jetsons" (link explicativo para qualquer um com menos de 30): você abraça um caminho, um processo, uma sequencia de etapas (mais ou menos testadas e comprovadas) e espera que o resultado automático seja a conquista daquela intenção inicial.

Quanta gente por aí abraça uma faculdade em busca de um bom emprego? Uma dieta específica em busca do peso ideal? Um relacionamento padrãozinho em busca de felicidade e realização? Em todos os casos, estamos falando de gente que abraçou planejamentos e não decisões. Se a minha decisão é perder 20 quilos, eu faço "reeducação alimentar" (um planejamento) e se não funciona, eu faço "low carb" (outro planejamento). A "low carb" não funcionou? Faço "dieta mediterrânea" (mais outro planejamento) e assim por diante -- o plano não é sagrado! Sagrado deveria ser o nosso compromisso com as nossas decisões.


Os fins não justificam os meios... Mas os meios se adaptam aos fins.

Muito provavelmente você cresceu escutando algo nas linhas do "Não seja teimoso meu filho". Eu diria diferente; eu diria "Seja teimoso! SEJA TEIMOSO ATÉ OS OSSOS". Primeiro porque não sou sua mãe (então digamos que a minha responsabilidade pelo seu bom comportamento é limitada), segundo porque é muito, mas MUITO difícil mesmo estabelecer uma linha clara entre o que é persistência e o que é teimosia. Pessoalmente eu percebo que as pessoas chamam de persistência a insistência em algo que elas admiram, e teimosia a insistência em algo que elas não acham possível ou que elas preferiam que nenhuma pessoa além delas insistisse... Então sabe como é, critérios bem subjetivos.

Hoje em dia quando eu comparo "resultados alcançados" e "intenções frustradas" eu percebo que no primeiro caso há uma combinação de um "desejo ardente" (quem sabe qualquer hora eu consiga uma definição menos religiosa/soft pornô) e uma ação intensa, muitas vezes adaptada diversas vezes ao longo do caminho. Já no segundo caso, o das "intenções frustradas", o desejo muitas vezes existe mas não é aquele caso de vida ou morte -- e até pode ser o caso de uma coisa que eu "acho que deveria querer", mas não QUERO mesmo sabe? Como aquelas "decisões sociais" que todos se veem pautados a cumprir: um emprego tradicional, casar, ter filhos, comprar casa, carro etc. São coisas em que muitas vezes o nosso contexto social martela fortemente, mas que não há um desejo interior real, intenso, orientado nessa direção.

Moral da História: não é uma questão de "Como" mas de "O quê?" e "Por quê?"

Visite posts, fóruns, redes sociais. Você vai ver uma inundação de "métodos e planejamentos" -- Como Elon Musk faz para ser tão produtivo? Quais os livros Bill Gates leu? Como Fulana perdeu 30 quilos em 15 dias? Todos tão úteis quanto você querer ter o mesmo sucesso de Steve Jobs, por exemplo, e começar a andar de camisa gola rolê preta pelo resto da sua vida. O que você quer? Por que você quer? Está disposto a ser criativo nos métodos de chegar lá? Desistir dos caminhos já trilhados por outras pessoas e adaptar às suas circunstâncias? Aceitar que a sua responsabilidade é decidir "o quê" e não determinar "como"? Vou ser sincera: no meu caso é um trabalho em desenvolvimento... Só espero concluí-lo antes dos próximos 37 anos!

E pra animar o seu final de leitura...

U2 - Desire - https://youtu.be/d9TiEWVlTKg