quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Processo seletivo do Mestrado

Ano passado eu disse que não me sujeitaria mais a esse martírio. Esse ano estou aqui, me preparando para não passar vergonha de novo. Passei, mais uma vez, pela primeira fase (prova) e amanhã vou encarar a segunda (entrevista). Terceira vez que eu faço entrevista... Está até parecendo prova de direção que eu faço, faço, faço -- e aí não passo e fico insistindo. Mas vamos lá, de novo! Com essa tensão na mente... Ano que vem... Ah, eu não prometo mais nada!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Dando uma volta por aqui pessoal!

Tentei escapar do clichê, mas não foi possível. Quando se vira mãe, todos os seus pesos e medidas ganham uma nova dimensão. Cansei de ver blogs por aí que minguam e desaparecem quando a escritora vira mãe... No começo, eu creditava isso a falta de tempo ou a falta de controle sobre o tempo que se tem -- dois aspectos dos mais perceptíveis sintomas pós-maternidade; mas... Não sei pelas outras mas... No meu caso não foi assim.

A falta de um momento de pausa e relaxamento no qual você possa simplesmente parar para pensar sobre "Bem, eu queria falar um pouco sobre isso" realmente acontece. Mas no meu caso, eu fico pensando no que de relevante eu possa dizer que já não tenha sido dito (e dito melhor) por aí. O que mais um barulhinho tolo vai acrescentar a um mundo já tão cheio de ruídos? Eu não sei... Não fui capaz de responder essa parte da questão. Então ontem eu vi esse vídeo:


Sim, o vídeo tem quase 50 minutos e está tem inglês (embora a legenda com tradução automática do Google não seja sempre perfeita, ela ajuda bastante se você não está dominando o inglês). Mas acho que vale a pena, assim como eu acho que vale a pena (significativamente a pena) assistir o TED Talk com a Elizabeth Gilbert.


Adoro tudo o que ela diz nesses vídeos, embora eu ainda tenha muitas questões com tudo isso... Assim como eu tenho muitas questões (ainda) com os livros da Julia Cameron (embora eu os ame) e com os livros e filosofias artísticas do Danny Gregory (Everyday Matters, Creative Licence etc.).

Desde que eu me conheço por gente, estou procurando aquela atividade mágica que una "expressão pessoal, artística e criativa" com o pagamento das contas e manutenção do cotidiano. Quando você entra em contato com o que essas pessoas dizem, elas lhe relembram que nem sempre isso vai ser possível. Que muitas vezes, você vai ser aquela pessoa com um trabalho burocrático que paga as contas, e que dedica parte de seu tempo livre ao verdadeiro trabalho da sua alma... E elas vão tentar lhe convencer que está tudo bem com as coisas serem assim. Que você não precisa ser Picasso pra tirar sua alegria da pintura, ou Beethoven para aproveitar a música etc. Que a expressão da sua criatividade é a própria recompensa do processo. Mas eu ainda não consigo deixar que essa ideia se assente com conforto na minha cabeça... Não sei se me parece muito uma filosofia do derrotado (que tenta achar sentido no pouco que lhe restou), ou se é porque me parece muito um abração na mediocridade mas... Eu não me sinto confortável em aceitar isso, e trabalhar dentro disso (embora cada vez mais eu veja que não existe muita escolha).

Então acho que o que me resta no final é voltar a escrever aqui sem muitas pretensões. Sem saber porque, pra quem... Ou melhor, acreditando que escrever para mim mesma já é o suficiente.

sábado, 18 de julho de 2015

Eu não sou esse tipo de garota...

Sabe qual a minha principal dificuldade em encontrar meu lugar nesse mundo cibernético dos produtores de conteúdo visual (coisas que você diz quando não sabe se quer ilustrar, ser retratista, animadora, sketcher regular ou simplesmente vender rabiscos na praça da república)? Encontrar "minha turma", ou pelo menos uma "turma possível".

Tenho começado a acompanhar o trabalho de diversas ilustradoras nesses últimos meses e... Fico pensando se eu posso -- ou deveria ter -- qualquer coisa parecida com essas garotas. Todas muito competentes, com trabalhos que me fazem babar,  mas... Como eu já disse para uma amiga, muitos "arco-íris e unicórnios" para mim! Todas uns 10 anos mais jovens é claro (e isso, é claro, explica muita coisa), mas nessas vidas de baladinhas cool ( como "vamos encontrar os amigos pra beber cerveja artesanal e desenhar bailarinas de hula ao som de covers do Queen em ukele"), ambientes floridos e altamente customizados que parecem boards dos sonhos de pinterest, com jeitos leves, sapatilhas, vestidos de laise e cambraia, óculos grossos, muitos gatos e vasos e vasos de suculentas -- não sei se toda a minha descrição foi capaz de colocar você nesse mundo, mas é isso.

Eu não sou assim. E acho que eu jamais poderia ter sido assim. Não faz parte do meu DNA -- que pode mesmo ser considerado quadrado, nerd, bizarro ou seja o que for mas... Não sou eu. Pode ter sido criação, pode ter sido as companhias mas... Eu não sou esse tipo de garota. Estou com quase 35 anos, uma filha de quase 2 anos, muitas contas para pagar, uma ressaca moral empreendedora difícil de digerir, uma mudança de carreira desejada e inevitável (mas ainda não executada da maneira correta), muita louça na pia, muita roupa na fila da máquina, muita tralha armazenada ao estilo acumuladores etc. Eu escuto minhas bandas mainstream com discos lançados há anos como se tivessem sido lançados ontem (Franz Ferdinand, você sabe que é de você que estou falando), assisto blockbusters, como bolacha maisena e tomo café pilão. Quando eu vou dar pipoca pra minha filha, eu dou em um pote de margarina -- eu não crio potes customizados de produtos reciclados pintados de gatinhos ou whatever... Eu faço diário em caderno da Tilibra, cozinho arroz, feijão e ovo frito. Não tem glamour pessoal, não tem glamour... E digito isso de dentro do meu roupão da Zelo.

Então eu não sei se tem lugar pra mim por aí nesse ramo... Se tem uma ilustradora/rabiscadora/pintora com mais de 27 anos e não glamourosa por aí, ou ela morreu ou achou melhor se exilar do convívio internético. O mundo e o mercado está dominado por fadas que pintam aquarelas com a água do seu banho de bolhas de sabão... Não tem lugar para mulheres descabeladas que chegam exaustas ao final da noite e tem que escolher entre rabiscar e lavar louça.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Tinha um pincel no meio do caminho...

A vida tem andado caótica interessante. Ser mãe deve ser um desses gatilhos automáticos de Síndrome de Estocolmo, e você fica completamente apaixonada pelo seu opressor... No meu caso, opressora manhosa e tirana, com lindos caracóis em seus cabelos... (Plágio inevitável, rs). Só isso explica porque somos capazes de enumerar uma lista de uns 100 itens com "coisas que estão muito pior na minha vida agora", e mesmo assim não trocar essa lista por nada. Eu diria que "Freud explica", mas provavelmente como o assunto é maternidade, talvez não da melhor e mais correta maneira, rs.

Continuo com a minha distopia de colocar um negócio online, direto do meu home office -- distopia porque colocar um negócio em pé já não é fácil... Combinando com o papel de esposa, mãe e dona de casa (o termo: "mulher que fica em casa e não consegue lavar uma louça" seria melhor), fica quase impossível. Tenho focado na definição do meu modelo de negócio, tentando evitar a todo custo que a prestação de serviços freelancers permaneça nele... Experiências recentes me fizeram relembrar que eu não tenho mais idade, paciência e disposição para aceitar esses trabalhos que "como era pra ontem, eu te procurei hoje, pra entregar amanhã"; e que depois você irá receber algumas eras no futuro em data incerta.

Nesse processo eu venho "sentindo coisas". Eu comecei muito certa de que eu iria colocar a minha editora para funcionar, focar na produção de conteúdo, conteúdo, conteúdo (garantindo pequenos lucros individuais e ganhando no volume). E aí, meio que o blog de "lazer" atropelou as coisas... Primeiro porque eu montei uma lojinha no Mercado Livre no meio tempo, pra vender o excesso de coisas de desenho e pintura que tem por aqui e... Gostei da experiência. Os materiais de desenho e pintura tem boa margem, boa saída etc. Não fosse o dólar, eu estaria investindo exclusivamente na compra e venda de material artístico pela internet. A segunda coisa foi a questão de conteúdo mesmo... A minha voz tem muito mais sentido no blog sobre desenho do que no blog sobre conteúdo. E isso tem estancado um pouco as coisas na editora, porque os textos de divulgação simplesmente não tem saído. Para matar de vez, eu conheci um blog muito ruim de uma ilustradora profissional enquanto procurava por mães empreendedoras na mesma situação (empreendedoras, mães, donas de casa - sem escolhinha, sem babá, sem doméstica). E depois de umas semanas pirando com "como essa mulher ganha dinheiro com umas ilustras tão toscas?"; eu finalmente compreendi que não tinha necessidade de manter o SketchBlock da maneira como estava... Não há necessidade de documentar meu caminho até um determinado nível de desenvolvimento porquê... Não há nível objetivo para chegar. Não existe nada nem ninguém para atestar "parabéns, agora você está apta para trabalhar profissionalmente com desenho e ilustração" -- onde eu estou já está bom... E isso muda tudo.

Muda tudo porque, embora eu ame escrever e tenha 12 argumentos de não-ficção na fila para produzir livros, eu ainda sou a mulher com mais de 400 livros exclusivamente sobre desenho e pintura, materiais para uma década e que, mesmo dentro de toda a loucura da maternidade, ainda faz questão de espremer dinheiro e horários para fazer aulas de pintura em lápis de cor. Quando eu penso em algo para ganhar dinheiro, qualquer coisa que seja, tudo aquilo que não vai para contas e manutenção básica da vida já é alocado mentalmente para esse tipo de coisas -- isso só é um problema, porque até agora essa tem sido a única conexão constante com arte (vou parar com a viadagem de não usar a palavra arte), mas colocando os pingos nos i's, isso significa alguma coisa... E sabendo que, apesar de eu produzir muito pouca coisa, minha filha de um ano e cinco meses aponta pra todo desenho que vê e diz "mamãe" porque acha que foi eu que fiz, me diz que já tem mais uma pequena pessoa me identificando com isso.

Ainda estou meio relutante... Além da opção "papelaria virtual", eu não sei como ganhar dinheiro com isso -- nunca soube, por isso essa ainda é uma questão -- mas eu sinto que a "questão artística" está subindo sobre a editora rapidamente... Tanto que eu tive que aceitar criar uma "marca mãe" para as duas, de forma que eu pudesse agrupar todos produtos e serviços em um único guarda-chuva para lançar a minha lojinha em Julho. Essa é a forma de fazer um "meio de campo" entre as possibilidades de negócio que eu tenho por aqui... As coisas que eu venho "sentindo" me dizem que o desenho vai passar a escrita mas, eu ainda não consigo ser 100% valente de mandar a opção aparentemente mais sensata às favas e investir tudo em algo que eu ainda não sei como capitalizar... Eu sei que o envolvimento clareia as ideias mas... Eu ainda não consigo ser essa pessoa. Quero acreditar que quando eu estiver pronta, eu farei o que for preciso.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Eu sigo em frente... Pra frente eu vou... Será?

De todos os meus blogs, acho que esse é aquele que recebe a versão mais relapsa de mim... Talvez por que ele foi feito para falar da vida em geral e... Sinceramente eu não ando com muita vontade de abrir a boca. Eu recentemente peguei dengue... Fiquei mais de uma semana de cama na minha mãe enquanto ela cuidava de mim e da Lívia. O Ju estava em fase de preparação para a defesa do doutorado e ainda dando aula, não seria a pessoa ideal para cuidar de nenhuma das duas.

Há alguns dias eu voltei à minha programação normal. Será? Não estou sentindo. Sinto é que eu liguei um baita e big "F*d*-se!". Não me conformei, mas meio que aceitei que a minha vida "particular" começa depois das 21h e se encerra às 24h, e que o resto é total e exclusivamente dedicado a Lívia. Só não me conformo por não ser grande coisa para ela nesse período.

Acho que com o pacote de "mãe" deveria vir um senso de disciplina, ordem, e capacidade de se doar incondicionalmente. Mas eu não sou assim: sou indisciplina, bagunceira e egoísta. E enquanto eu passo o dia perguntando "quando vai ser a minha hora?" eu não faço nada.

Tá difícil gente... Tá muito difícil.