Tenho lembranças melancólicas em relação a canção "O Bêbado e o Equilibrista" de Elis Regina. Todas elas envolvem dias nublados e seus céus de prata, gotas de chuvas escorrendo pelo vidro traseiro embaçado do carro, no qual eu enfiava a cara tentando observar a paisagem. E tudo o que eu conseguia ver era algo como esse Bokeh que eu coloco aqui.
Essa semana também é meio assim pra mim... Há dois anos atrás, por volta desses dias -- a data ao certo acho que eu nunca vou saber ou querer saber de fato -- eu perdia um amigo de infância. Desde então, estou pensando em um texto que lhe faça justiça... Mas quem que fato pode fazer justiça a algo que não faz sentido algum. A pessoa decidiu se retirar do jogo, e essa virada definitiva na mesa do tabuleiro me incomoda, e muito.
Mas até hoje, eu sou incapaz de dizer muito mais a respeito.
Apenas que é uma sensação familiar ao meu nariz gelado apertado contra o vidro, vendo formas que eu não compreendia, ao som de Elis. Melancólica. Dolorida. Desnecessária.
Eu estava olhando diretamente para a luz.
Mas eu não vi o que estava para chegar.
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