terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Você é o que você escuta!


Acordei com "Buddy Holly" do Weezer repetindo na cabeça ao infinito. É algo que, admito, faria mais sentido se duas coisas fossem válidas: eu conhecesse bem essa música, e eu gostasse de Weezer. Não é que eu "desgoste" de Weezer, mas é uma daquelas bandas "da sua geração" que não te pegaram na época e você acaba escutando mais tardiamente porque vagamente te lembra de outros tempos...

Tive que ficar um bom tempo ruminando pro Midomi (um site bem legal que deixa você cantar partes ou o tom de uma música pra te ajudar a lembrar a música) pra saber que era essa música que estava na minha cabeça -- e não consigo deixar de ficar surpresa que em algum confim secreto do meu subconsciente, tem uma gavetinha dedicada a Buddy Holly do Weezer.

O que me lembra que a minha relação com a música tem que ser retomada com mais carinho. No ano passado, depois de uma série de dias "perdidos" nas minhas ansiedades, eu acabei percebendo que muito daquilo poderia ser apaziguado escutando minhas músicas favoritas. E aí percebi que -- segundo a própria retrospectiva do Spotify -- eu escuto muito pouca música atualmente. Fui de uma adolescente que escutava de 4 a 6 horas de música por dia, a uma adulta (há controvérsias sobre esse marco) que mal escuta música alguma.

É claro, eu trabalho -- nos freelas, nas coisas pra casa... E reconheço que isso atrapalha. Há um pouco mais de dez anos atrás que eu fazia funções mais "estéticas" nos projetos, era mais fácil trabalhar escutando música. Depois que o trabalho ficou mais voltado pra narrativas, envolvendo ler o texto dos outros, reescrever, produzir conteúdo etc., eu preciso de um espaço mental "limpo" que não permite música de fundo (e que mal consegue lidar com o YouTube Kids e Netflix da minha filha).

E parece que quanto menos música você escuta, menos viço na vida. Admito que quando eu vim morar com meu marido, foi uma benção vir morar com uma pessoa quieta -- eu estava surtando na minha casa e com a TV explodindo em altura sempre, sempre ligada, sempre barulho -- então poder ficar em uma ambiente só com o som natural dele foi uma maravilha. Mas depois de uns anos isso se tornou um pouco usual demais. E hoje em dia eu me sinto constrangida em escutar minhas músicas no volume que eu gostaria -- e atrapalhar os pensamentos do marido (o que nos leva a um segundo tópico a ser explorado no futuro: porque homens e mulheres em casa, 24 x 7, não é vida... Mas fica pra outra hora).

Acho que como o desenho, a leitura, os filmes -- e as outras coisas que me deixam realmente FELIZ, essa é uma das coisas que eu tenho que ser mais cuidadosa em efetivamente inserir na vida, regularmente.

Não recomendo ficar com essa música na cabeça, mas se quiser saber o quanto eu estava perdida, segue (o detalhe é que eu acho essa música profundamente irritante, gostando só de quando fica próxima do refrão):
Buddy Holly - Weezer

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Minha caixa, minhas regras: todos são bem-vindos para comentar, mas com amor e paz no coração...